No país sem carnaval costureiras de escola de samba passam dificuldades
Com otimismo brilhando nos olhos e esperança no coração, que as costureiras acompanharam, Nelson Sargento, presidente de honra da mangueira, tomar a vacina contra o covid-19.
Este pequeno ano abriu a chama da esperança do carnaval retornar.
O cancelamento da maior festa popular do Brasil, não impactou apenas em quem esperava comemorar muito. Este foi um aspecto que impactou diretamente na vida de quem precisa deste espetáculo para viver.
As costureiras estão entre as que mais sofreram com esse cancelamento.
Algumas costureiras dizem que não são contra o cancelamento, porque sabem que estamos vivendo em uma situação grave, porem por depender da festa para sobreviver estão passando por sufoco e tendo de escolher entre pagar contas e fazer compras.
O medo de não conseguir mais alimentar os filhos
Com o fim do auxílio emergencial, a esperança das costureiras era que o desfile de julho fosse uma realidade. Mas agora está tudo incerto, sem emprego e com filhos para criar, o maior medo dessas mulheres é não serem mais capazes de alimentar suas famílias.
Apesar de ser um trabalho de 12 horas diárias, em locais abafados e com pouca ventilação, as costureiras se sentiam recompensadas quando se deparavam com o resultado do seu trabalho.
Durante a época de trabalho, elas ganhavam cerca de um salário e meio por mês, mas agora sem o carnaval estão dependendo de auxílio-desemprego e auxílio emergencial que já acabaram. E agora o que resta são algumas doações feitas por ONGs.
A vida melhorou com as máscaras
Uma costureira de carnaval de 37 anos, passou parte da sua vida dividindo o tempo entre s confecções par a festa e seu ateliê de roupas infantis. Ela morava com a mãe para economizar e não chegavam a passar grandes dificuldades.
Mas como o fim das feitas de roupas e o cancelamento do carnaval, elas passaram a depender apenas da aposentadoria. A luz no fim do túnel foi aprender a fazer mascara com retalhos e vender na porta de casa.
Apesar de ter melhorado um pouco a situação financeira, essa costureira de primeira não vê a hora de poder voltar para a avenida.
As difíceis escolhas do dia a dia
fabricar mascaras, fazer manutenção de roupas, nada parece ser suficiente veio o auxílio emergencial e do mesmo jeito ele se foi e a dificuldade do povo continuou. Sem a renda principal, essas mulheres precisam tomar decisões difíceis, renunciar a muitas coisas e no fim das contas rezar para esse pesadelo acabar.
Sem o carnaval, elas perderam casa, dinheiro, locais de trabalho, tiveram que abrir mão da saúde, da alimentação, das contas. Voltar a viver na casa dos pais aposentados e nada parece ser o suficiente.
Apesar de saberem da necessidade deste sacrifício que estão fazendo, essas mulheres rezam para que a vacina chegue a todos para que possam voltar a trabalhar e continuem a viver da melhor forma possível.